- Não julgueis afim de
não serdes Julgados!
Muitas
pessoas repetem isso como um mantra: são formas repetidas de dizer as mesmas
palavras para que esta mesma palavra conduza a mente. Até que... Bem, repare
numa coisa interessante: afim de não
serdes Julgados! Supondo que você seja uma pessoa justa, pois então, você
tem certeza que não quer ser conhecido pelas pessoas como justo?
Ou
até mesmo se você for uma pessoa verdadeira, não quer que as pessoas conheçam
as verdades que você porta?
Olhe
bem, assim como é natural das pernas servirem para gente andar, é natural da
mente servir para “discernir” o que é
certo e o que deve ser ou não feito e executado por você. Com certeza se você
for justo vai saber discernir uma injustiça, ou se você conhecer uma verdade
sobre um fato ocorrido vai saber quando o outro está mentindo sobre um mesmo
fato. Portanto é de sua “natureza”
estabelecer as coisas como são de fato já que você faz jus ao conhecimento das
mesmas, sem a manifestação de tal potencial é como se este mesmo não existisse.
Entenda
que o convite para não julgar é ao mesmo tempo um convite para que não caia
sobre si a possibilidade de um julgamento, e isso demonstra claramente a
vontade de se acovardar e deixar, por exemplo, uma mentira passar por si sem
que você mesmo faça a menor diferença em colocar no eixo àquilo que não está
correto!
Lembre-se
que a palavra dita acima foi (supostamente) atribuída a Cristo, que a meu ver
foi mudada, bom, isso porque tenho o conhecimento dos Apócrifos, mas sem
maiores detalhes e tentando dar mesmo validade a esta frase ela não é um
convite para não julgar, é uma demonstração clara de que se você julgar errado também estará em ti mesmo o erro!
Vou
dar dois exemplos bem enfáticos sobre o que quero dizer e logo estará claro que
o nosso não julgar só piora a nossa própria capacidade e covardia perante aos
erros, veja:
Há, luta contra o racismo!
Há,
luta contra a “homofobia”!
Se
você ver um cachorro, e este cachorro for um Pinscher qual será a diferença
em trata-lo como ele é?
Se
ele for um Dog alemão e trata-lo como dog alemão, isso faz de você um distintor
de raças e essa distinção faz de você um racista?
Eu
vejo que não, apenas você sabe que cada um o é, e sendo não há mal em
distinguir, o que você não pode é desprezar que tanto um pequeno Pinscher como
um gigante Dog alemão podem serem mansos ou muito bravos e não aceitem uma
tentativa de carinho, por exemplo. Veja, se levarmos isso para humanidade,
distinguir uma raça de outra não faz de você um anti raças, apenas reconhece
que um é, e o outro também o é. Bem, parece até que estou regredindo ao
racismo, mas preste bem atenção no que está acontecendo em nossa sociedade:
Numa
tentativa de acabar com as diferenças entre as várias raças estão buscando,
pelas leis, uma distinção racista onde um grupo deve fornecer um tipo de
gratificação pelo sofrimento passado de uma raça sobre outra!
Entende
que para não julgar, ou em outras palavras, para não termos uma distinção entre
raças estabelecemos a proibição do reconhecimento próprio e impomos um critério
quase que obrigatório e coletivo de uma generalidade de benefícios que devem
serem cedidos para compensar uma diferença!
E
isso não é combater o tal racismo, é na verdade fornecer uma diferença, até
mesmo criteriosa de que um é inferior, pois carece de benefícios, e o outro é
superior, pois pode ceder em beneficiar!
Desta
forma um Rosado dizer que não é racista já faz dele um Dog Alemão que não bate
em um Pinscher, e isso só se o pinscher não provoca-lo e for um bom cachorrinho.
Sendo
assim ao forçar o não julgar próprio colocamos o estado para fazer isso e
pedimos a este para enaltecer a diferença de uma parte e por outro lado se
busca lutar pelo silêncio forçado em prol de alguns benefícios maiores e acabam
assim estabelecendo um tipo de poder no qual não se quer abrir mão e em ambos
os casos, um ganha em se fazer superior o outro ganha em querer impor ao
superior o reconhecimento de sua inferioridade e ainda exigindo compensações
que só alguém em estado “superior” pode servir!
É
como quem dá uma gorjeta ao garçom por ter tido a sua superioridade bem servida
pelo seu servil que por estar em
inferioridade (econômica) fez por merecer.
Pra
ficar bem claro e mais evidente, o tal combate a “homo fobia” também estabelece isso, se um se distingui como sendo “homo” já o define e o coloca em um grupo
de pessoas distintas tanto quanto que o outro buscar dizer ser “hétero” como distinção sobre outro já
está se separando, e ainda se diz:
- Não tenho nada contra!
Sim,
claro que não dá pra ter algo contra, afinal já se colocou o outro ser a parte
de seu grupo, independente de ser X ou Y.
Mais
uma vez o não julgar faz com que as pessoas se separem e se coloquem cada vez
mais a parte de estabelecer um verdadeiro RELACIONAMENTO
entre as pessoas, acabamos assim com critérios próprios que só vão até onde
o estado permite e assim não somos julgados
enquanto não houver um embate!
Esta
forma de ser tem levado o relacionamento humano a ser algo tratado como uma Negociação Social onde o outro ser só se
preza ao servir dentro dos termos, limitados por leis, no qual você também
se encontra sobre os mesmos valores.
Como
se um Pinscher só pode ter um bom contato social com outros Pinschers e assim, (bem
enfatizado por sinal) nos colocamos a parte de fazer parte da mesma RAÇA!
Talvez
essa divisão possa acarretar em uma diferenciação tão distinta que não é mais
estabelecida por fronteiras ou diferenças lingüísticas, nos tornamos uma célula
orgânica que precisa lutar por si própria, tendo contato com o resto do
organismo somente na parte que lhe toca, aliás, na parte que não o toca em seu
EGO.
Nos
relacionamos com o outro, até mesmo fisicamente, mas e tão somente para cumprir
uma pulsão biológica que depois de cumprida até se esquece o nome da célula
colaboradora!
Por
isso e por outras coisas, estamos cada vez mais torturando a capacidade de
julgar só para não ter o EGO julgado pelos outros, num fingimento de uma falsa
virtude de tolerância nos tornamos tão distintos que nos separamos em grupos de
afinidades, que muitos são até questionáveis, mas cada um é cada um né?
Eu
me pergunto:
Que medo é
esse tão aterrorizante de sermos capazes de julgar e através deste julgamento
estabelecer um contato, não com este ou aquele que aprova esta ou aquela idéia,
vontade ou até mesmo esta ou aquela diferença, sem dar a menor importância aos
valores que possam existir nas distinções e sim sobre um contato fraterno.
Vejo
em vídeos animais de espécies diferentes, vivendo muito bem até, sem nenhuma
distinção de superioridade, mas distinguir não é nenhum problema pra eles, o
que importa é o quão realmente gentil um possa ser com o outro, um Dog alemão
pode ser um ótimo amigo de um Pinscher, mesmo um sabendo do pequeno tamanho ou
da grandeza do outro, isso não tem a menor relevância entre eles, pra eles embora
sejam livres, trata-se tão somente do sentido fraternal, ou seja: aquilo que os
torna como irmãos.
Ser
irmão é ter o mesmo pai e mãe, mas como a idéia que cada um possa pensar como
bem entender e quiser, dentro dos limites das leis, a humanidade perdeu esse
contato de irmandade e criou um estado-pai e uma igualdade-mãe que não estão
mais casados!
O
não julgar tornou o ser sem poder algum a ter uma distinção própria de si mesmo
e com isso a única manifestação própria e libertária (presumidamente) vem da
criação do EGO, que é obrigado a permitir toda e qualquer incoerência, já que o
julgar é separado do ser, só pra manifestar que também não quer ser julgado!
Repare
que isso vem trazendo a humanidade a uma constante aproximação de diversas
incoerências que só é barrada por força de alguma lei.
Há
uns meses atrás caímos numa discussão sobre algumas pessoas terem se masturbado
em transporte público... O que mais me chamou a atenção não foi nem o ato e
muito menos as vítimas e sim um desespero das pessoas encontrarem de alguma
forma uma lei já registrada que impedisse isso, como se o ipsis litteris (pelas
mesmas letras) de tudo que acontece ou ainda vai acontecer com todos os seres
humanos tivessem um registro e um estabelecimento que cada um deve cumprir
somente por estar lá, escrito!
Até
parece que o ser humano perdeu a capacidade de ter pensamentos e julgamentos próprios!
Estamos
assim tendo cada vez mais o prazer em não conhecer ninguém, de não ter contato
algum, de se relacionar somente por questões financeiras ou de uma necessidade
superficial sem nenhum julgamento ou critério sobre quem é que lhe aperta sua mão!
Talvez
seja a hora de parar com essa insuportável mediocridade que tem nos levado a
este estado de torpeza mental tão absurda que não conseguimos mais encontrar um
verdadeiro pai que só pode ser verdadeiro se for algo Divino (eterno) e uma boa
mãe que só pode ser nossa mãe, pois descendemos de seu ventre (ciência) para
então encontrarmos novamente com o prazer em conhecer o outro por ver nele a
mesma Fraternidade que precisamos ver como todos os seres neste mundo nos vêem sem
nenhum ataque contra o que deveria ser a ordem natural de nossa mente que é
julgar (conhecer) sem que seja somente pelas próprias causas.
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