Em 1987 um filme muito interessante foi lançado no cinema.
A história é até bem simples, um homem “possui” uma mulher perfeita, a Cherry
2000, um modelo robótico programado para servir a todos os seus desejos, e tudo
estava perfeito, até que um dia a Cherry queimou! Literalmente queimou seus
circuitos!
Um problema até fácil de resolver, era só trocar o Chassis daquela maquina por
outra e com um disquinho, uma memória pré-gravada de toda a sua “vida” com este
homem poderia ser colocada em uma nova boneca... Aí que o problema começa! Não
havia mais aquele modelo, para ter uma nova Cherry ele teria que buscar em uma
área já abandonada de uma cidade... Bom aí que começa a grande aventura do
filme.
Estamos em 2017 e parece que a realidade começa a imitar a arte!
Este vídeo abaixo mostra uma fábrica real, de bonecas e bonecos também reais
que estão sendo vendidos!
Bom, como vocês sabem o Grupo é de Reflexão, e não se trata de uma reflexão
“para” a humanidade, é reflexão a humanidade, com “a” mesmo, pois onde há? Será
que há uma humanidade?
Como podemos ver, estamos perdendo nossa boa e defasada humanidade para uma
artificialidade total de nosso ser e de nosso modo de conviver, é tanta que a
pessoa “certa” não é mais uma pessoa e sim um “produto” pré-programado para
servir aos seus desejos!
Certa vez eu estive aqui no metrô do Rio de Janeiro e a
primeira vez que vi aquilo me causou um espanto! Há uma área em separado e de
dois vagões ditos: Vagões Femininos, onde somente mulheres podem entrar em um horário
de pico! Para muitas pessoas um mal necessário devido à falta de “respeito” de
“certos” homens com as mulheres! É um tipo de Apartheid sexual; pra quem não
sabe, apartheid quer dizer: Separação!
Ou seja: é mais fácil separar e atribuir valores em separado
que juntar e ter todos os mesmos valores.
Você pode estar achando que isso é a solução mesmo, pois não
tem outro jeito, mas eu vivi na pele este jeito e não gostei nenhum pouco.
Em uma destas viagens de metrô, em um fim de semana,
portanto o Apartheid do sexo fica suspenso neste período, eu estive no metrô e
uma moça, até linda, gostei mesmo dela, muito linda mesmo entrou com seu micro,
minúsculo shorts e ficou diante de mim e de costas, bom, embora ela mesma não
tivesse o menor “respeito” por sua própria capacidade de sedução deu uma
afastadinha pra trás e eu, claro, me afastei, e até me posicionei para o lado
para não ter que encostar na moça. Seria o suficiente para evitar qualquer
conflito, mas pra minha vergonha, ( o engraçado que a vergonha foi só minha
mesmo) ela virou e me encarou como se estivesse sentindo ódio de mim, eu olhei
ela diretamente nos olhos, dei um leve sorriso e acenei com a cabeça, mas isso
pra ela foi quase uma afronta, o seu modo de agir parecia até agressivo e
quando olhei para os outros passageiros do trem, parecia até que eu tinha
quebrado uma regra social. Isso mesmo! Eu que estava quebrando a regra da
sociedade, afinal um homem “velho” ( Já estou pra completar meus 47 anos) tendo
a “oportunidade” de encostar numa mocinha tão nova e sensual, com a polpinha do
bumbum de fora e se afastar e recusar isso era como se “eu” tivesse me achando,
como se eu fosse um cara metido e arrogante por se mostrar “superior” a aquela
situação!
Por incrível que pareça, parecia que “eu estava causando um constrangimento
naquelas pessoas e a moça com seus movimentos mais rápidos e de forma de agir
meio grotesca se afastou e foi para outra porta, como quem diz:- Você não quis,
vai ter outro que vai querer!
Éhhh!
Parece que a boa e velha humanidade está mesmo perdida, somos a mesma espécie
em um estado de segregação sexual, vai ver que é por isso que inventam tantas e
tantas balelas de tipos diferentes de “relação” pra ver se dá alguma combinação
e nem que seja só por alguns momentos um possa usar o outro para o papel que o
outro se preza a ter, ser e viver!
Por fim, já não sei se em meio a tanta artificialidade eu posso encontrar a
minha Edith Johnson, sem que o mundo a
tenha corrompido ou se devo mesmo escolher um novo modelo já a venda nas melhores
lojas e magazines de vendas de massagens sexuais que embora cause algum tipo de
amor, assim como o personagem Sam Treadwell acabou amando tanto a sua vida
artificial que pôs em risco sua vida real; não sei, mas acho que vou esperar um
modelo mais top de linha saído da boa e velha humanidade que ainda, idiotamente
eu preservo em ter.
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